sexta-feira, janeiro 26, 2007

PASTORAS, NÃO

Reunidos em Florianópolis, em Congresso anual (ainda bem que não fui), os pastores batistas brasileiros decidiram, no dia 25/1/2007, que não aceitarão pastoras em sua Ordem (Ordem dos Pastores Batistas do Brasil). Foi pequena a diferença de votos, mas, como no futebol, importa quem venceu, mesmo que o gol tenha sido com a mão.
Na reunião, estavam presentes pastoras, porque há algumas, inscritas para o Congresso. A única saída delas é esperar mais alguns anos ou criar a Ordem das Pastoras Batistas do Brasil. (E, talvez, sejam acusadas de sediciosas!)
A outra opção é deixarem de lado suas vocações divinas, porque humanamente enxotadas (em nome de Deus -- coitado de Deus!), e se dedicarem à medicina, onde poderão ser diretoras de hospitais, ou ao direito, que lhes permitirá a presidência do Supremo Tribunal Federal.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

DIETA DA SOPA (dizem que do Incor)

De graça recebi. E emagreci.

De graça ofereço. Para quem quiser.

SOPA BÁSICA DE QUEIMA DE GORDURAS

1 Berinjela
1 Nabo
2 Maços de cebolinha
1 ou 2 latas de purê de tomate (ou tomate picado)
1 maço de aipo ou salsão
1 repolho grande
1 cebola picada
3 cenouras
2 xícaras de vagem picada

Tempere com sal, pimenta, curry, salsa, etc..., se desejar.
Corte os legumes em pedaços pequenos ou mèdios e cubra de água.
Ferva rápido por 10 minutos; então, abaixe o fogo, mantendo o ponto de fervura por aproximadamente 40 minutos. Tempere a gosto.

Esta sopa pode ser tomada em qualquer momento do dia, em momento que se tenha
vontade. Coma quando quiser, de dia ou de noite. Esta sopa queima calorias. Quanto mais se come, mais se perde. Se tomada isoladamente, por período indeterminado, você pode sofrer desnutrição.

ACOMPANHAMENTO PARA SOPA

DIA 1 -- TODAS AS FRUTAS (exceto banana)

Seu primeiro dia consistirá de todas as frutas que deseje, menos banana.

Melancia e melão têm menos calorias que a maioria das frutas.

Coma somente sopa e frutas no Dia 1.

Para beber: chá, café, suco de uva ou água á vontade, mas tudo sem açúcar.

DIA 2 -- TODOS OS LEGUMES

Coma, até que esteja farto, legumes frescos, crus ou cozidos, de sua preferência. Tente comer legumes verdes e folhosos que desejar, afaste-se de feijão seco, grão de bico, ervilhas e milho. Tome toda a sopa e coma os legumes que desejar. Na hora do jantar pode comer, se quiser, uma batata grande cozida,com manteiga.

Lembre-se: NÃO COMA FRUTAS HOJE.

DIA 3 -- FRUTAS E LEGUMES

Tome e coma quanta sopa, frutas e legumes desejar. Mas hoje você não poderá comer batata cozida. Se você tiver comido por 3 dias tudo que foi indicado e em quantidade suficiente e equilibradas, descobrirá que perdeu de 2,300 a 3,200 quilos até hoje.

DIA 4 -- BANANA E LEITE DESNATADO

Coma até 8 bananas e beba quantos copos de leite desnatado que quiser no dia de hoje, junto com a sopa. Banana tem calorias e carboidratos, proteínas e cálcio para diminuir o desejo intenso de consumir açúcar.

DIA 5 -- BIFES E TOMATES

Você pode comer nesse dia de 280 gramas a 400 gramas de bife e o conteúdo de uma lata de tomate. Tente beber de 6 a 8 copos de água para lavar e eliminar o ácido que está no seu corpo. Tome a sopa pelo menos uma vez no decorrer do dia.

DIA 6 -- BIFES E LEGUMES

Coma bife (até 3 bifes grandes) e legumes em quantidades razoáveis, mas o quanto desejar, MAS NÃO BATATA COZIDA. Assegure-se de tomar a sopa pelo menos uma vez no dia.

DIA 7 -- ARROZ, SUCOS E FRUTAS

Dê preferência ao arroz integral, aos sucos (evidentemente sem açúcar) e aos legumes á vontade. Outra vez se farte. Assegure-se de tomar a sopa pelo menos uma vez no dia.

RESUMINDO
Ao final do sétimo dia, se não tiver fraudado a dieta, você terá perdido de 4,500 a 7,500 quilos. Se tiver perdido mais de 8,200 quilos, fique fora da dieta por 2 ou 3 dias antes de recomeçar.


sábado, janeiro 06, 2007

SAUDADE(S)

SAUDADE(S)
Tenho saudade da ditadura brasileira, tempo em que só lutávamos contra os inimigos, porque sabíamos quem era os inimigos: os adversários das nossas boas causas de justiça e liberdade. Na época não brigávamos contra os amigos, como agora. Como precisamos brigar e não temos inimigos, enfrentamos os amigos. Os "generais" eram os inimigos. Tive um poema, candidato a participar num sarau de estudantes, proibido exatamente porque denunciar o poder dos generais. O poema era péssimo (felizmente eu o perdi), mas a causa era nobre. Era tudo muito claro, e nós reclamávamos. Erakos felizes e não sabíamos. Podíamos dizer que nossas gavetas estavam cheias de obras-primas, que acreditavam.
Não quero as baionetas, mas as bandeiras fazem falta.

Tenho saudade de quando Fernando Henrique Cardoso era apenas uma referência para se entender, por meio de suas obras, o Brasil e a América Latina.
Depois que virou presidente, deixou de ser importante. Ou será que não tolero a idéia de um intelectual na política?

Tenho saudade da vírgula no meio da expressão "Acorda Brasil".
Quero a gramática de volta.

Tenho saudade da semana em que, num mesmo jornal, se podia ler Alceu Amoroso Lima e Carlinhos de Oliveira num mesmo jornal. Eram indignados, mas bem-humorados.
Quero textos bem escritos.

Tenho saudade da televisão em preto e branco e que não rodava o dia todo.
Quero os brasileiros vendo menos televisão. Quero a televisão mais interessada nos brasileiros.

Tenho saudade das gerações em que ser evangélico era um compromisso. Uma palavra empenhada era uma palavra empenhada. "Evangélico" era sinônimo de honestidade no trato com as coisas particulares e com as públicas. Um político evangélico podia até não ser competente, mas era honesto. Um evangélico desejava ser íntegro. Embora jocoso, um relato antigo dá o tom: uma senhora se encontra com um colportor numa esquina e lhe pergunta por sua igreja. "Não estou mais lá: chafurdei no lamaçal do pecado. Pedi minha exclusão".
Não quero legalistas, mas quero homens e mulheres que se autocritiquem em lugar de criticar os outros.

Tenho saudade dos cultos cujo valor não era contado pelo ritmo, senão o do coração; nem pelos artistas convidados, senão pelo entusiasmo dos crentes; nem pela qualidade da música, senão pela fidelidade da palavra exposta.
Quero cultos contagiantes, não espetáculos que insuflam os egos que habitam as plataformas.
Tenho saudade das esquinas livres, mesmo escuras, e das ruas amplas, mesmo ocupadas, e não habitações do medo.